O ouro não pára de bater recordes nos mercados internacionais e está há várias sessões acima dos 1.520 dólares por onça. Este preço compara com os cerca de 280 dólares por onça que valia no início do ano 2000 e os cerca de 500 dólares a que estava cotado a meio da década.
Ontem atingiu mesmo um recorde histórico na Europa de 1.087 euros por onça. A crise internacional e a incerteza em relação aos produtos financeiros levou muitos investidores internacionais a refugiarem-se no metal amarelo. A justificar a corrida ao ouro estão a especulação, taxas de juro reais negativas, dólar fraco, subida global da inflação, bem como a crise da dívida soberana, aliadas a uma procura reforçada de ouro por parte de alguns bancos centrais, em especial de países como a China, Índia, Rússia e Taiwan, que se tornaram compradores líquidos para diversificarem as suas reservas.
George Soros, o especulador que ganhou mais de 1.000 milhões de dólares com os ataques à Libra e ao Sistema Monetário Europeu no início dos anos 90, já vendeu praticamente todo o ouro que possuía na convicção de que o preço não é sustentável e deverá cair no futuro próximo. O certo, porém, é que a escalada do preço do ouro levou alguns analistas internacionais a preverem a hipótese do ouro chegar aos 2.000 dólares por onça, ao mesmo tempo que começou a ser aceite como colateral em várias operações financeiras, em condições semelhantes às dos títulos de dívida pública francesa ou alemã.
Nos últimos anos o número de lojas que transaccionam o metal amarelo no nosso País disparou e parecem ser um negócio florescente, sinal de que também os portugueses estão contagiados pela febre do ouro.
Fonte: Económico | 26/05/11 00:04